sexta-feira, 8 de maio de 2009

Maria Amélia, uma referência

[artigo publicado no jornal O Povo, em 10 de abril de 2009]

Lembro-me bem de um dia dos mais simbólicos: estava eu a
trabalho, como jornalista, cobrindo a reunião da SBPC, em 2005, no qual houve uma mesa com o então ministro Ciro Ferreira Gomes. Da plateia, expandia-se por todo o auditório a voz firme, contestadora, de uma senhora que eu conhecia de outros momentos, mas não similares àquele.

Refiro-me a esse fato especificamente, entre outros que se seguiram nos últimos anos, para afirmar grandioso respeito e ilimitada solidariedade à Missão Tremembé e, pessoalmente, a Maria Amélia Leite, permanente lutadora em defesa da utopia celebrada secularmente pelos povos de todas as aldeias do mundo.

Outro momento, no mesmo ano, um pouco antes da SBPC, quando a Universidade Federal do Ceará lhe concedeu a Medalha do Mérito Cultural, como reconhecimento de sua história de “vida-luta” (porque indissociáveis).

Tais circunstâncias, mesmo as que agora vivemos, com acintosos e contumazes ataques, servem-nos para que saibamos que não estamos sós (sozinhas).

Em uma das epístolas, Paulo diz: “combati o bom combate e mantive a fé”. Tal expressão ainda é presente; reverbera e revigora entre os (as) grandes combatentes do povo em defesa de um mundo humanamente diverso, socialmente igual e completamente livre. O bom combate é a vida que (re)fundamos no cotidiano de bravos enfrentamentos, com agradáveis conquistas e inaceitáveis perdas, mas também profundos ensinamentos.

Gandhi disse que precisamos “ser a mudança que desejamos para o mundo”. Maria Amélia é um exemplo vivo, pulsante e irresignável de que isso é possível.

Daniel Fonsêca é jornalista (fonsecaufc@gmail.com).

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